Falácias/Soluções

FALÁCIAS 06 – SISTEMAS DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO NÃO SERVEM PARA NADA !

FALÁCIA 6.1 – “engasgando com a língua”

Recentemente recebi, atônito, reclamação de uma especialista em sistemas de detecção de incêndio que ouviu de um suposto especialista, em uma palestra em instituição de ensino no sul do Brasil, a seguinte frase:

“-Sistemas de detecção de incêndio não servem para nada!”

Em artigo recente neste meu Blog, já abordei a questão de que a Underwriter Laboratories – UL  está conduzindo testes reais de incêndio com o comando de acionamento dos bicos de sprinkllers através do sistema de detecção de incêndio.

Se tal afirmação viesse de algum aluno ou pessoa que não conhece os conceitos globais de segurança contra incêndio, até seria uma questão sem relevância. Gostaria de ver a “cara” desse profissional ao ler este artigo e saber desses testes, os quais desmascaram e demonstram tudo aquilo que não precisamos em nosso país. Já não basta entidades tentarem enfiar na legislação do Corpo de Bombeiros de São Paulo, conceitos tortos de aumento de caminhamento de rotas de fuga lastreados em proteção patrimonial?

Este dano, estamos desconstruíndo, com muito esforço, no atual trabalho de elaboração do novo texto da norma da ABNT NBR 9077 – Saídas de emergência em edifícios, cuja base para o aumento do caminhamento da rota de fuga, foi retomado, e se dá pela utilização de sistemas de detecção de incêndio, controle da movimentação da fumaça em edificações, além de maiores alturas de “pés-direito” nos ambientes, bem como controle de materiais de acabamento e revestimento. Esses conceitos são coerentes com a proteção à vida.

Longo foi o caminho trilhado desde o aviltamento sofrido pela IT-11 do “Decrepto 56819/2011“, cujos conceitos de proteção à vida foram desvirtuados em relação ao Decreto 46076/2001. Ou seja, aumentaram o caminhamento da rota de fuga nas edificações com base na utilização de sistema de sprinklers. O grupo de estudos, do qual faço parte, está trabalhando com muito empenho na elaboração dessa nova Norma da ABNT, a qual resgatará os verdadeiros conceitos da segurança contra incêndio para a proteção à vida dos ocupantes das edificações.

 

FALÁCIAS 6.2 – “engasgando na cegueira”

Maus profisionais encontramos em todos os lugares e o sistema de detecção de incêndio ainda é um tema “chutado” até pelos Órgãos Públicos, como no caso dos sistemas de detecção wireless. Fabricantes e fornecedores nacionais não possuem certificação e não cumprem com a norma ABNT NBR 17240 mas, apesar disso, vários Corpos de Bombeiros no Brasil aceitam que sistemas de detecção wireless sejam instalados, mesmo sabendo que não atendem a referida NBR, além de não cumprirem os próprios regramentos criados em suas legislações.

Basta que algum profissional apresente uma ART/RRT para que seja presenteado com um  AVCB.

Uma Instituição do Corpo de Bombeiros até emitiu um documento afirmando que havia sido instalado sistema wireless em sua Escola de Bombeiros, e que tal sistema estava funcionando.

Além de usurpar atribuições contidas na Constituição Estadual, o que significa tal carta perante a sociedade?

Reflitam caros leitores !

Cabe aqui um alerta para toda sociedade: Nenhum Corpo de Bombeiros no Brasil é ou será uma OCP (Organismo de Certificação de Produtos) e, portanto, não podem avalizar qualquer produto de proteção contra incêndio. Não é sua função constitucional !

 

FALÁCIAS 6.3 – “engasgando com as letras”

Sistemas de detecção e alarme de incêndio wireless de empresas nacionais não possuem testes laboratoriais que comprovam que estão seguindo rigorosamente a ABNT NBR 17240.

Repito: NENHUMA EMPRESA NACIONAL POSSUI TESTES LABORATORIAIS COMPROVANDO O ATENDIMENTO DA ABNT NBR 17240.

“- Fuja de profissionais que ofertam tais soluções nacionais !”

Estes não podem ser considerados como profissionais especialistas em segurança contra incêndio e não respeitam você, caro consumidor, elo mais fraco na relação de consumo.

Outro exemplo do que ocorre todos os dias no mercado nacional: um cliente meu afirmou que o instalador estava propondo a substituição do sistema de alarme com fio pelo sistema wireless em sua indústria química. Afirmei que ele somente deveria aceitar se o fornecedor dos produtos apresentasse os referidos laudos laboratoriais. A empresa, mostrando de maneira inequívoca toda sua diminuta capacidade técnica, enviou documento do Comandante do Corpo de Bombeiros retrocitado. O que falar desse quadro? Desolação!

 

SEM FALÁCIAS

Sem engasgar, nos textos FALÁCIAS 6.1, 6.2 e 6.3, demonstra-se que o que não falta no mercado nacional são profissionais irresponsáveis e incompetentes. Estes, acobertados pelo manto da ART/RRT, aproveitam-se da “cegueira deliberada” dos Órgãos Públicos e da falta de conhecimento de consumidores, em um ciclo sem fim de “fagocitose da ética”. 

Sem engasgar, a Carlos Cotta Engenharia nunca oferta produtos que não possuam comprovação laboratorial de cumprimento de requisito e desempenho. Este é o nosso compromisso…sem engasgar !

 

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